Olá, me chamo Débora, tenho 18 anos e estou cursando o primeiro semestre do curso de Biomedicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A minha jornada na faculdade já começou meio diferente, eu fui chamada para ingressar no segundo semestre. A chamada saiu em junho, depois de muito sofrimento por eu não ter conseguido passar no vestibular, eu finalmente fui chamada. Entreguei os documentos no prazo estipulado e então meu status de vaga ficou em "aguardando avaliação" por dois meses, sim dois meses sem notícias, eu já estava pensando que daria tempo de prestar vestibular novamente até que houvesse resposta. Em agosto, meus documentos foram homologados e eu fui fazer a matrícula, um detalhe importante, eu praticamente implorei para que meu primo me acompanhasse pois eu estava com vergonha de ir sozinha fazer a matrícula.
As coisas já começaram meio avessas, quando eu só pude me matricular em cadeiras que estivessem disponíveis já que o meu curso não tem abertura de turmas no segundo semestre, por mim tudo bem, peguei apenas três cadeiras, no próximo semestre ingressaria junto com os calouros para o 'verdadeiro' primeiro semestre. Mas a minha sorte é tanta que, as únicas três cadeiras que eu pude me matricular, foram justo as três consideradas mais difíceis no semestre.
Ah, e minhas aulas começaram no dia seguinte ao da matrícula.
Bom, eu acordei pro meu primeiro dia me sentindo uma garotinha indo para o primeiro dia de aula na primeira série, coloquei uma roupa no melhor estilo inverno frio e chuvoso do Rio Grande do Sul, peguei a mochila que eu cuidadosamente tinha arrumado com um kit sobrevivência, que continha coisas como band-aids e comida.
Cheguei na faculdade com quarenta minutos de antecedência, sem ao menos saber pra que lado eu tinha que ir, segui as placas que indicavam o caminho do pavilhão da Química e ok. Para não andar com o papel da matrícula na mão, eu tirei foto do número dos prédios e das salas onde eu teria aula. Meu desespero começou quando indicava que minha sala era no prédio F e bom, os prédios não tem indicações com letras, apenas diz "sala de aula" ou "laboratório", entrei num dos prédios olhei os números e estava longe, resolvi perguntar para alguém que vinha no corredor onde ficava a sala 208, a pessoa me disse que no segundo andar. Pensei "ótimo, agora me achei.", me dirigi ao segundo andar e entrei no primeiro prédio que dizia "sala de aula" me dirigi a sala 208, tinha uma professora ali, entrei e perguntei se era a classe que eu estava procurando e não era.
Eu estava no prédio C. A professora gentilmente me explicou que aquele era o prédio C e que eu deveria ir passando os prédios e contando até o F. Certo, cheguei ao meu destino, encontrei a minha sala dez minutos antes da aula começar.
Me sentei já me sentindo um alíen, pois as aulas já haviam começado na semana anterior, então eu já havia perdido duas aulas. Notei que todos os meus colegas tinham um polígrafo e pensei "ótimo, já vamos começar com xerox, bem-vinda a vida de universitária, Débora!". A aula já iniciou com correção de exercícios e o desespero só aumentou, "Que exercícios? Que matéria? Eu não estou entendendo nada."
A aula terminou, falei com a professora, fui no xerox pegar o polígrafo e bom, eu tinha que almoçar. Por medo de me perder pela milionésima vez em três horas, resolvi almoçar no bar que tinha ali perto ao invés de procurar pelo restaurante universitário.Liguei para meu primo, que também estuda nesse campus, para ver se ele podia me achar no meio daquele lugar,-sim eu estava numa situação que eu dobrava a direita e para voltar não sabia mais o que era esquerda e direita- mas ele não tinha aula naquele dia. Minha mãe me ligou, perguntou como tinham sido as coisas e meu desespero voltou, pois eu ainda tinha que descobrir qual era o prédio da outra aula.
Eu tinha trinta minutos para isso e devido ao meu nervosismo, eu simplesmente não raciocinei que o era o mesmo prédio que eu estava antes só que no andar de baixo. O maldito prédio F, que no térreo tem a letra indicando que prédio é. Pois bem, eu não vi a letra, passei mil vezes pelo prédio, acho até que as pessoas já estavam pensando "ih, coitada, a caloura não acha a sala.", encontrei o diretório acadêmico da química e pensei "vou pedir ajuda". Cheguei na porta da sala e me deparei com umas trinta pessoas conversando, algumas sentadas em sofás e poltronas, outras jogando sinuca,- minha mente estava a mil, como assim uma mesa de sinuca? Gente, o que tá acontecendo aqui?-
um garoto se deu por conta que tinha uma criatura com cara de desespero e mochila apertada nas costas (e provavelmente uma placa neon em vermelho piscando c a l o u r a), perguntou se podia me ajudar, expliquei a situação, ele super atencioso me perguntou qual cadeira era e me guiou até o prédio, pasmem ou não, eu estava uns cinco metros do maldito prédio. Entrei na segunda aula atrasada. Por sorte, nessa cadeira eu não havia perdido muita coisa.
Sai da aula eu não sabia se ria ou chorava das tontices que eu estava fazendo desde que havia chegado. A aula da noite era em outro campus, peguei o ônibus, desci no centro dei uma volta, pra aliviar meu desespero e segui pro campus, errei o caminho -pela milionésima vez no dia-
tive que voltar até um ponto que eu pudesse me achar, mas pelo menos nessa cadeira foi mais fácil achar a sala e o prédio.
Quando eu cheguei em casa eu estava mais ou menos assim:
Esse foi o meu trágico primeiro dia, espero que tenham gostado e quem quiser compartilhar suas histórias, mandem nos comentários ou me contatem nas redes sociais, o link está ali na barra lateral.
Até a próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário